Seja nas dietas ou como uma proteína mais acessível, quem usa o ovo como ingrediente nas refeições já percebeu que o preço da proteína vem ficando mais caro.
No Rio Grande do Sul, o valor médio da caixa com 30 dúzias do ovo branco pago ao produtor chegou a R$200,00 neste mês, conforme dados da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav). Em comparação a janeiro, é uma alta de 8,10%. E, na relação com o mesmo mês no ano passado, 35,3% maior.
No atacado em Bastos, São Paulo, o preço do mesmo ovo pago custava R$ 169,09 na terceira semana de fevereiro. Alta de 22,08% em relação ao mesmo período em janeiro, conforme dados do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq), na Universidade de São Paulo (USP).
E a principal razão para esse cenário de alta contínua está nas granjas — brasileiras e internacionais.
— Se por um lado temos efeitos externos, como os Estados Unidos tendo que eliminar milhares de aves poedeiras por causa da influenza aviária, de outro, no Brasil, temos custo elevado para produzir — explica o presidente da Asgav, José Eduardo dos Santos.
Quer dizer, o Brasil está com mais oportunidades para abastecer o mercado externo, em razão de problemas sanitários. Quinto maior Estado exportador, o Rio Grande do Sul, por exemplo, embarcou quase 2,7 mil toneladas no ano passado, um volume 38% maior. Só que o apetite da população daqui continua.
Não é que vá faltar ovo — porque não vai, garante Santos. A questão é que o país está passando por um reajuste de oferta, o que tem pressionado os preços.
— É um momento que dá oxigênio para o produtor continuar produzindo. Porque houve períodos em que ele trabalhou no vermelho (referindo-se ao alto custo de produção e à baixa margem de lucro) — observa também o presidente da Asgav.
*Colaborou Carolina Pastl