O ano de 2022 não foi bom para o mercado brasileiro de frutas, que exportou um volume 10% menor que o período anterior. Cenário que, no entanto, é passado e deve continuar sendo. Já que, para 2023, as perspectivas são as “melhores possíveis”, na avaliação do diretor-executivo da Associação Brasileira dos Produtores Exportadores de Frutas e Derivados (Abrafrutas), Eduardo Brandão. A entidade projeta pelo menos alcançar a mesma receita registrada em 2021, de US$ 1,06 bilhão.
Para isso, o setor já começou com o pé direito. Cerca de 60 empresas brasileiras participaram no final de semana da maior feira da área no mundo, a Fruit Logistica, que encerrou na sexta-feira (10), em Berlim, na Alemanha. Melão, uva, limão, manga, abacate, maçã e papaia foram alguns dos produtos brasileiros que estiveram na vitrine.
— Nosso objetivo aqui na feira foi abrir novos mercados, seja na Europa (que, atualmente, é o principal destino dos produtos brasileiros, com 70% do volume exportado), seja na Ásia, na África, com os Emirados Árabes — pontua Brandão, da Abrafrutas, que, junto com a Apex Brasil, proporcionou a ida das empresas à Alemanha.
Dentre elas, representando o Rio Grande do Sul, foi a TFruits, que trabalha com a venda de frutas para o exterior, intermediando as negociações. Apesar de ser gaúcha, os produtos são de todo o Brasil. Nesta edição da feira, a empresa buscou incrementar as vendas de maçã e limão para o mercado europeu, que já é o seu principal cliente.
— No evento pudemos nos aproximar mais dos clientes com os quais conversamos e negociamos ao longo de todo o ano, compreender as tendências e repassar informações das áreas produtivas no Brasil e como estão indo as safras e colheitas — explica Caroline Viecili, da área de vendas e novos negócios da TFruits.
Além de negociações, a feira também abriu espaço para divulgação de inovações tecnológicas. Participaram 20 startups mostrando tecnologias no desenvolvimento de sementes, frutas e vegetais, embalagens ou automação da cadeia de suprimentos. Os organizadores estimam terem recebido mais de 73 mil visitantes de 135 países.
O ano de 2022
No ano passado, a exportação brasileira foi afetada pelo clima. Se no Sul a estiagem gerou uma quebra de safra de 30% na maçã, no Nordeste, no Vale do São Francisco, foi o excesso de chuva que prejudicou culturas como a da manga e da uva. Neste ano, segundo Brandão, apesar da estiagem no Rio Grande do Sul, o clima no país como um todo deve ajudar a produção.
*Colaborou Carolina Pastl