Em plena colheita no campo, já se pode dizer que a temporada de pêssego nas cidades gaúchas começou. E, apesar das feiras estarem "recheadas" da fruta, a safra no Estado, que é um dos maiores produtores nacionais, deve apresentar diferença no volume de acordo com a região.
Em Pelotas, principal município produtor da fruta voltada para a indústria, com 3 mil hectares plantados, a projeção é de quebra de quase 40% sobre a safra passada, que somou 36 mil toneladas.
— Tivemos problemas no florescimento do pêssego, com pouca luminosidade e excesso de chuva, e isso contribuiu para uma safra menor — esclarece Rodrigo Prestes, extensionista rural da Emater no município.
Na Serra, onde há 3,6 mil hectares de pomares da fruta, a expectativa também é de uma produção reduzida. A projeção, conforme o engenheiro agrônomo da Emater em Caxias do Sul, Enio Todeschini, é de que a região colha 60 mil toneladas, todas de mesa, número "um pouco abaixo" do volume registrado no ano passado.
— Houve cinco geadas tardias que afetaram algumas variedades. O que implicou em uma deficiência de folhas, que são importantes para a fixação da fruta, para não cair, e para o calibre, ou seja, o tamanho — esclarece Todeschini.
Situação que muda pelo menos em Porto Alegre, que já foi um dos principais polos produtores do país. Na Capital, o otimismo dos agricultores da recém aberta Feira do Pêssego de Porto Alegre, instalada no Largo Glênio Peres, já indica que a safra é uma das melhores dos últimos tempos. Tanto em qualidade quanto em quantidade.
O escritório municipal da Emater estima uma produção de 160 toneladas nos 23 hectares plantados com a fruta de mesa. Tamanho que representa uma alta de 3,2% na comparação com o que foi registrado na safra passada.
— Neste ano, a diferença é que não houve granizo ou outros eventos que pudessem prejudicar a qualidade da fruta — afirma o extensionista da Emater em Porto Alegre, Luís Paulo Vieira Ramos, adiantando que o sabor e o aroma são o que se destacam.
Em relação ao crescimento de produção, o presidente Sindicato Rural de Porto Alegre, Cleber Vieira, entende que o fenômeno vai além do clima que colaborou:
— A prefeitura estimulou o produtor a fortificar a terra e a plantar mais mudas de pessegueiros. Conquistamos mais pontos comerciais, que são extremamente importantes para garantirmos escoamento da produção.
*Colaborou Carolina Pastl