Mais do que vencer os limites do município, o que as agroindústrias do Estado contempladas com o Selo Queijo Artesanal, do Ministério da Agricultura, buscam é valorizar o produto. Ou seja, ter uma possibilidade de melhorar a rentabilidade. As primeiras certificações foram entregues para cinco empreendimentos gaúchos e dois mineiros, em cerimônia simultânea realizada na última quinta-feira (19). Um dos principais efeitos práticos é justamente a possibilidade de comercialização em qualquer parte do país.
— Foi uma conquista fantástica. Ainda não caiu a ficha — resume Delmar Luchesi, da queijaria Luchesi, de Vila Flores, na Serra, uma das contempladas.
Para ele, o selo significa, principalmente, a perspectiva de agregar valor. Com produção pequena — são 13 vacas e 20 quilos de queijo por dia — e ainda sem perspectiva de sucessão, a meta é manter o sabor e o aroma do queijo que a sua avó fazia, acrescenta.
Para a Laticínios Pipo, de Nova Roma do Sul, também na Serra, a conquista alimenta também a possibilidade de novos mercados.
— A receita veio da minha mãe, que aprendeu com a mãe dela. Passou de geração para geração — detalha Natal Comin, que, junto com o irmão Jorge, toca o negócio a partir de um rebanho de 30 vacas.
Na avaliação da coordenadora-geral de Produção Animal do Ministério da Agricultura, Marcella Teixeira, o principal benefício do selo é esse mesmo: a habilitação para vender para todo o país, sem restrições:
— E é uma vantagem muito grande, principalmente considerando uma retomada econômica que se espera agora, com a flexibilização da pandemia.
Os queijos podem ser comprados nos estabelecimentos dos produtores, em Nova Roma do Sul e em Vila Flores.
Saiba mais
- O selo foi criado pelo governo federal em junho de 2022
- Para receber a certificação, o produtor precisa comprovar junto ao município, ao Estado ou ao Ministério da Agricultura que o queijo é produzido totalmente de forma artesanal
- A regulamentação dos critérios a serem atendidos para o queijo ser considerado artesanal foi estabelecida antes do selo, em 2019, por meio de lei proposta pelos deputados federais Alceu Moreira (RS) e Zé Silva (MG).
Conheça os estabelecimentos certificados pelo Selo Queijo Artesanal até agora:
- Laticínios Pipo, de Nova Roma do Sul (RS)
- Queijaria Valbrenta, de Bento Gonçalves (RS)
- Queijaria Somacal, de Farroupilha (RS)
- Alvorada Missioneira, de Canela (RS)
- Luchesi, de Vila Flores (RS)
- Produtos Goa, de Aiuruoca (MG)
- Cana Velha, de Entre Rios (MG)
*Colaborou Carolina Pastl