O apetite extra aberto pela presença de turistas no período da Copa do Mundo fez do Catar um bom destino de negócios também para o terminal de contêineres do porto de Rio Grande, o Tecon. De janeiro a novembro de 2022, os embarques para o país-sede da Copa cresceram 96%, puxados principalmente pelo exportação de carne de frango congelada.
A proteína respondeu por fatia de 85% das 15, 94 mil toneladas despachadas. Madeiras, móveis e ovos foram completaram a lista.
Rodrigo Velho, gerente comercial do Tecon, destaca que o evento esportivo adicionou um peso sazonal à demanda, mas salienta que a qualidade e a sanidade da proteína brasileira foram fundamentais para o avanço:
— O Catar é um país pequeno, foi um consumo pontual. No entanto, o mercado, as associações, os clientes preveem que a gente possa ter uma difusão da marca Brasil. Tivemos a exposição do produto brasileiro a grande quantidade de pessoas.
Parceria da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) e da Apexa Brasil espalhou por 30 pontos de Doha, capital do Catar, painéis que divulgavam a qualidade do frango brasileiro, em ação que atingiu 1,6 milhão de pessoas, conforme auditoria da empresa contratada para executar a ação.
— Nossa vantagem competitiva, de qualidade e sanidade, faz com que cada vez mais o consumidor visualize o Brasil como um fornecedor confiável — diz Velho.
A presença em destinos do Oriente Médio e do Sudeste Asiático não chega a ser uma novidade, mas abre espaço para maior participação do produto brasileiro, entende o gerente comercial do Tecon. Outro ingrediente positivo vem da logística, com os valores de fretes em movimento de queda, depois da alta pós-pandêmica.