Única escola de aviação agrícola do Rio Grande do Sul e uma das três do Brasil, a Aero Agrícola Santos Dumont formou a sua 100ª turma de pilotos no último sábado (19), em Cachoeira do Sul. Além da marca que entrará para a história da profissão no Estado, outro elemento que chamou a atenção na solenidade foi a emoção pela conquista dos formandos. Oito profissionais receberam o canudo.
Um deles, Gesiel Bardini Machado, de Forquilhinha (SC), conta que o caminho foi árduo. E que, no seu caso, a ligação com aeronaves começou muito cedo. Nasceu e cresceu em volta do aeroporto da sua cidade: tanto que, quando criança, enquanto seus amigos brincavam com carrinhos, ele brincava com aviões.
— Sempre tive vontade, mas não tinha todo o dinheiro para realizar os cursos — explica Bardini, acrescentando que teve de trabalhar como eletricista por um tempo para conseguir pagar as aulas.
Dono da escola, Pelópidas Bernardi entende que a formatura também é uma vitória para a aviação agrícola. Segundo ele, o setor cresce 5% ao ano, acompanhando o desenvolvimento da agricultura brasileira, que segue com projeções de crescimento.
— Sem contar que é uma atividade importante para garantir a produtividade das lavouras (por meio da aplicação de produtos, por exemplo) e cada vez mais essencial nas operações de combate a incêndios florestais — observa Bernardi.
Vale lembrar que a profissão de piloto agrícola é altamente especializada, com aulas de toxicologia e meio ambiente, por exemplo. Para seguir a carreira, é preciso ter feito cursos de piloto privado e comercial anteriormente.
Saiba mais
- Com a turma de agora, a Santo Dumont atingiu a marca de 1.037 pilotos agrícolas formados
- Atualmente, o Brasil tem a segunda maior frota aeroagrícola do mundo, com mais de 2,4 mil aeronaves e 3,5 mil pilotos, atrás apenas dos Estados Unidos
- E o Rio Grande do Sul possui a segunda maior frota do Brasil, com mais de 400 aeronaves
*Colaborou Carolina Pastl