A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço
Acumulando marcas recordes ano após ano, as estimativas de longo prazo para a produção brasileira também crescem no horizonte. Conforme projeção do Ministério da Agricultura, a produção de grãos no Brasil deverá aumentar 36,8% nos próximos dez anos. Com esse salto, tende a ultrapassar 370,5 milhões de toneladas na safra 2031/2032.
Os números fazem parte de estudo feito pela Secretaria de Política Agrícola do Mapa, juntamente com a Embrapa e a Universidade de Brasília (UnB) e indicam um crescimento de 2,7% ao ano na produção brasileira.
Conforme o estudo, os principais fatores de crescimento na próxima década vêm das exportações e dos ganhos em produtividade, que é o quanto cada cultura rende por hectare.
E o Rio Grande do Sul entra no embalo. Principal produto da safra de verão, chamam atenção as expectativas para a soja gaúcha. A produção do grão no RS deve saltar 86,6% em dez anos, segundo a projeção – passando de 9,1 milhões de toneladas na temporada 2021/2022 para 17 milhões de toneladas em 2031/2032.
O cálculo, porém, tem como base uma safra em que a produção gaúcha da oleaginosa sofreu com a estiagem, ficando bem abaixo do que foi registrado nos últimos anos. A área plantada deve crescer 19,5%.
As estimativas são mais contidas para o milho, ainda que expressivas, apontando alta de 61,7% no Estado. O crescimento menor para o grão em relação à soja se deve à menor área destinada à cultura com o passar da década, dos atuais 824 mil hectares para 341 mil hectares, encolhimento de 58,6%.
O estudo também traz perspectivas para a carne. No país, a produção das proteínas bovina, suína e de aves deverá crescer 23%, passando de 28,4 milhões de toneladas em 2021/22 para 35 milhões de toneladas no final da próxima década. O aumento deve ser puxado pela carne de frango, com alta esperada de 25,6%.