Lançada na 45ª Expointer, a primeira burrata gaúcha feita a partir de leite de búfala está caindo no gosto dos gaúchos. Só neste verão, o único laticínio produtor no Estado, o Kronhardt, de Glorinha, projeta um crescimento de 30% a 40% nas vendas.
— É um produto que está muito na moda. E com as férias se aproximando, a frequência a restaurantes, onde fornecemos a burrata, tende a aumentar — diz diretor comercial do laticínio, Filipe Signori, sobre o cenário.
Para a presidente da Associação Sulina dos Criadores de Búfalos (Ascribu), Desireé Möller, é mais do que isso. É um consumo que veio para ficar.
— O queijo é maravilhoso, tem altos valores nutritivos, tem sabor e textura excelentes, uma apresentação bonita e é versátil na cozinha, combina com todo tipo de prato — justifica Desireé.
A expectativa de crescimento é tanta que a dirigente já demonstra preocupação quando à produção gaúcha de leite de búfala. Hoje, apenas duas propriedades estão no mercado, e ambas fornecem para o laticínio Kronhardt. Uma está localizada em Pantano Grande e a outra, em Barra do Ribeiro.
— Caso não ampliemos a produção, eles (o laticínio) poderão comprar de outros Estados — diz Desireé.
No Brasil, São Paulo, Pará e Minas Gerais são os principais produtores de leite de búfala. E os números só crescem. Desde a criação do Selo de Pureza pela Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos (ABCB), em 2000, a produção desse leite teve uma alta de 549%. Para efeito de comparação, no mesmo período, segundo a Embrapa Gado de Leite, o crescimento do leite bovino foi de 57%.
Para quem ficou com água na boca e não conhece o produto, aqui vai uma "provinha": a burrata é suave e adocicada. É formada por uma massa filada por fora e creme de leite por dentro.
*Colaborou Carolina Pastl