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Seguir carreira na Medicina Veterinária era uma certeza que a porto-alegrense Desireé Hastenpflug Möller, 34 anos, tinha desde pequena. O que estava fora das previsões era a compra de um sítio e a paixão que surgiria pela criação de búfalos. A espécie cativou a profissional em uma Expointer, há quatro anos. Na próxima semana, torna-se a primeira mulher a presidir a Associação Sulina de Criadores de Búfalos (Ascribu).
Abaixo, veja trechos da entrevista em que ela conta sua trajetória.
Como você teve contato com a atividade agropecuária?
Nasci e fui criada em Porto Alegre. Sempre quis ser veterinária, desde pequena, e realizei esse sonho. Me formei em 2010 e tenho duas especializações: clínica e cirurgia de equinos e de cães e gatos. Em 2010, vendemos nosso apartamento e, com a minha parte, comprei um sítio em Itapuã (Viamão). Atuava em tempo integral como veterinária. Dois anos depois, conheci meu vizinho, Henrique Möller, e nos casamos em 2013. Meu sogro me deu 15 vacas mestiças. Mas esse rebanho não evoluía. Em 2017, fui para a Expointer atrás de uma solução. Quando passei pelo estande do búfalo, parei por curiosidade e fui recepcionada pelo Delfino Barbosa Beck (da fazenda Panorama, que cria búfalos desde a década de 1970). Em 2018, comprei o primeiro lote de búfalos, composto por 48 fêmeas e um macho.
E decidiu investir na criação?
Fui aprendendo ao longo desses quatro anos, com as búfalas, como é fácil o manejo. O búfalo tem uma imagem negativa de ser um animal agressivo, mas convivendo com eles, é exatamente o contrário: são muito dóceis, quando bem manejados. São animais extremamente produtivos. Em quatro anos, já vendi dois lotes de terneiros e, com esse valor, as matrizes já foram praticamente pagas.
E está assumindo como a primeira presidente da associação de criadores?
Me sinto muito honrada por estar assumindo a Ascribu. Não só como mulher, mas como produtora jovem. Estou no mercado de búfalos só há quatro anos e com rebanho pequeno. E tem tantos criadores já há várias décadas, com rebanhos de peso. Mas algumas vezes é mudar, né? Acho que viram em mim a oportunidade de desmitificar essa imagem do búfalo.
Que características são importantes para um profissional que deseja atuar no agro?
Tem de ter vontade, determinação, não desistir nos primeiros obstáculos. Intuição é algo que a gente tem de escutar. Quando inventei de ter os búfalos, todo mundo foi contra, e hoje todos adoram. Voltei para a UFRGS para fazer a cadeira de manejos de bubalino. Para qualquer negócio, a gente tem de ir atrás de informações e divulgá-las. Tem de ter determinação, fazer com gosto o que se faz.