A muçarela é o mais conhecido, mas não o único produto que as búfalas têm a oferecer. O leite tem uma série de características diferenciadas em relação a outras espécies. Mas afinal, quais são? É isso que a Associação Sulina de Criadores de Búfalos (Ascribu) quer mostrar aos visitantes da 43ª Expoleite e 16ª Fenasul, que começam nesta quarta-feira (18), no parque Assis Brasil, em Esteio. Pela primeira vez, seis exemplares participam dos eventos.
Adocicado, mais suave e de coloração mais branca do que o produzido por vacas, o leite de búfala tem 11% mais minerais, 32% menos colesterol, 10% mais vitamina e 48% mais teor de sólidos, segundo a presidente da Ascribu, Desireé Möller. Por ter um maior teor de sólidos, possibilita produzir mais derivados, como a muçarela, com menor quantidade de matéria-prima, o leite.
Outra característica singular vem da partícula CLA (sigla para ácido linoleico conjugado), que entra na relação das gorduras saudáveis, tendo como efeito potencial o fortalecimento do sistema imunológico. Além disso, tem a proteína beta-caseína A2, que não causa desconforto gástrico.Essas e outras informações é o que Desireé deseja levar para a feira:
— Queremos desmitificar algumas ideias e colocar o Rio Grande do Sul na rota de crescimento que o mercado de búfalos está vivendo no Brasil, principalmente no eixo São Paulo e Minas Gerais.
Em uma década, a produção de leite de búfala cresceu 549%, segundo a Ascribu, com base nos participantes do seu programa “Selo de Pureza”.
Desireé lembra ainda que não se trata de incentivar a substituição de rebanhos bovinos por bubalinos no Estado, mas de integrá-los:
— Os bubalinos se alimentam de pastagens mais duras, aquelas que os bovinos não comem. Isso pode fazer com que o produtor economize em roçadeira e ainda ganhe produtos em cima da criação, seja em carne ou leite.
*Colaborou Carolina Pastl