Da análise do mercado de crédito rural vem uma boa informação para o Rio Grande do Sul: o Estado está com crédito na praça. É o com a maior média do país no Agro Score, em levantamento da Serasa Experian, que aponta os riscos de inadimplência no segmento. A pontuação elevada, 881, em uma escala que vai de zero a mil, indica menor risco na oferta de crédito, venda a prazo ou negociação antecipada de safras. Ou seja, a chance de o produtor deixar de pegar é menor na comparação com outras unidades da federação (veja quadro abaixo).
Essa e outras “leituras” do setor vêm sendo feitas por um braço — ou vertical, como a empresa chama — do agro. Com quatro dos seis maiores credores do segmento e duas das maiores tradings na relações de clientes, a unidade sabe onde quer chegar.
— Hoje, 70% das consultas crédito comercial passam pela Serasa. Entendemos que é o que deveríamos ter, no mínimo, de share no agro — projeta Marcelo Pimenta, líder de Agronegócio da Serasa Experian.
O plano de crescimento inclui alcançar, dentro de três a quatro anos, receita de US$ 100 milhões. Materializada oficialmente em janeiro de 2021, a vertical agro começou a ser preparada antes disso. O primeiro passo, explica Pimenta, foi a compra de empresa de big data, que já somava 170 fontes. O objetivo é reproduzir o modelo de gerenciamento de risco, com informações de crédito e ESG para que a tomada de decisão seja a melhor possível.
AGRO SCORE
- O Agro Score é uma pesquisa feita para apontar as chances de inadimplência no segmento. No cálculo, entram informações cadastrais, dados demográficos e comportamento financeiro do produtor com o mercado agrícola
- As informações são transformadas em uma pontuação de zero a mil, em que maior a pontuação, menor o risco. Nos Estados do Sul, SC tem um score de 808, e o Paraná, de 794