Nas regiões do Estado em que o plantio é mais cedo, a colheita de trigo chegará em breve, trazendo os primeiros resultados da safra projetada como recorde. Na região das Missões, dentro de duas semanas, será possível visualizar o trabalho das máquinas a campo. Até agora, o desenvolvimento das lavouras tem sido plenamente satisfatório, avalia Bento Buttenbender, coordenador técnico da Coopatrigo:
— Hoje, estamos considerando as lavouras muito boas. Muito em razão do clima, que foi favorável durante este inverno, e do manejo que o produtor adotou. Houve um cuidado maior do que em outros anos. Precisa de renda porque vem de frustração da safra de verão.
A cooperativa tem área de atuação em 15 municípios. E soma cerca de 70 mil hectares cultivados com o cereal. Depois de crescer 15% em 2021, a área dos associados somou outros 5% de expansão neste.
Neste momento, a maior parte (60%) das lavouras está espigada. Outros 20% encontram-se em maturação — e a colheita se aproxima. De forma pontual (2% do total), acrescenta Buttenbender, algumas áreas foram colhidas:
— E a qualidade é excepcional.
Se no campo o ciclo de produção avança, no mercado, o momento é de inflexão, pela oferta retardatária por entrar da Rússia e da Ucrânia. Marcelo de Baco, analista da De Baco Corretora, acrescenta que mais à frente tem a entrada das safras argentina e australiana.
— O mercado está bem seletivo. É difícil encontrar demanda consolidada para absorver essa oferta — completa.
No Estado, Baco estima que tenha sido negociada entre 6% e 7% da safra de forma antecipada. Escaldado pelas perdas climáticas do verão, o agricultor está optando por aguardar a colheita para ter a garantia da entrega, observa o analista, mesmo podendo se deparar com cotações menores.