Na tentativa de evitar quedas bruscas no valor do litro de leite, produtores miram em medidas que vão da entrega de pautas aos candidatos ao governo do Estado a mobilizações. A preocupação com a redução nos preços pautou reunião realizada ontem na sede da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), na Capital. Levantamento feito pela entidade indica uma redução de 17,65% no preço do litro do leite de setembro. O percentual vai além do projetado na reunião do Conseleite para o mês — 14,80%.
— O produtor não vai suportar nova queda. Se vier, teremos de nos mobilizar. Como está, não pode continuar — garante Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS.
O tema foi debatido com representantes da Comissão Estadual de Leite, das indústrias e cooperativas. Uma das ações definidas no encontro foi a criação de que um grupo de trabalho para elaborar um documento com as principais reivindicações do setor, para ser entregue aos candidatos a governador em eventual segundo turno.
No radar conjunto de indústrias e produtores estão a inquietação com o avanço das importações de produto vindo de países como Argentina e Uruguai, a necessidade da implantação de políticas públicas para dar mais competitividade ao leite do Estado, a fiscalização de práticas do varejo consideradas abusivas e a execução dos projetos encaminhados ao Fundoleite. Os representantes dos produtores fizeram, ainda, um pedido às empresas.
— Elas têm de suavizar a queda brusca de preço ao produtor — sinaliza Joel.