Há alguns ineditismos em pista na grande final do Freio de Ouro, principal competição da raça de cavalos crioulos, deste ano. A começar pela data da disputa do título. Tradicionalmente no primeiro final de semana da Expointer, em 2022, irá fechar a programação da feira no parque Assis Brasil, em Esteio. Outra novidade será a busca por um tricampeonato da prova. Atual bicampeão entre os machos, tendo vencido em 2020 e 2021, o garanhão Colibri Matrero, da cabanha uruguaia Pacifica, entra tentar fazer história, chegando ao terceiro título, algo ainda inexistente no circuito.
— É um cavalo diferenciado, muito competitivo. Já ganhou o Freio de Ouro internacional. Com certeza aumentará a expectativa de uma competição mais acirrada neste ano — avalia Frederico Araújo, superintendente do Serviço de Registro Genealógico da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), entidade organizadora da prova.
Para o ginete Gabriel Marty, que desde maio de 2017 trabalha com o animal no seu centro de treinamento, se trata de sonhar com os pés no chão:
— Ele vai tentar algo que em 40 anos de competição que nenhum cavalo conseguiu. Ou seja, fácil não é. Mas tenho a expectativa de que ele vai andar bem.
E, para chegar onde o Colibri Matrero chegou, o ginete lembra que não há passe de mágica:
— Foi trabalho, muito trabalho e, quando achei que tínhamos trabalhado o suficiente, trabalhar mais um pouco.
Animais de competição como este precisam treinar diariamente, como um “jogador de futebol”, explica Matry, para estar condicionados fisica e tecnicamente para as provas. Precisam estar aptos a trotear e a galopar, por exemplo, por 25 minutos. A lidar com gado. Enfim, a serem as estrelas que conhecemos das pistas.
O Freio de Ouro tem a final durante a Expointer, mas movimenta criadores durante o ano inteiro, com as credenciadoras e classificatórias. Na disputa do título, entram em pista 96 animais (48 machos e 48 fêmeas), que encaram duas etapas: a avaliação morfológica e as provas funcionais. Com relação à exposição, a ABCCC também aposta em um momento de retomada.
— Tanto em relação à participação dos animais, quanto à comercialização. Estamos muito otimistas — completa Araújo.
Em provas e julgamentos, são mais de 400 animais inscritos. Além disso, haverá cinco leilões presenciais da raça no parque Assis Brasil neste ano.
Saiba mais
- O primeiro bicampeão do Freio de Ouro foi o garanhão JA Libertador. Venceu a competição em 2015 e em 2018
- Colibri Matrero alcançou a mesma marca ao vencer em 2020 e 2021. Agora, terá a chance de obter o inédito tricampeonato
*Colaborou Carolina Pastl