A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A grande final da principal prova da raça crioula no país ocorreu neste domingo (3), no Parque de Exposições Assis Brasil, em Esteio. Barro na pista e restrições sanitárias ainda por conta da pandemia não tiraram o brilho da festa. O cavalo uruguaio Colibri Matrero levou o bicampeonato consecutivo entre os machos, feito inédito na história da competição. Entre as fêmeas, o principal prêmio do Freio de Ouro ficou com a égua Belle Mandala.
Montado pelo ginete brasileiro Gabriel Viola Marty, o cavalo da Cabaña La Pacífica se destacou em todas as provas realizadas ao longo do dia, chegando a levar nota máxima dos jurados em uma das avaliações da prova de mangueira. Celebrando o segundo prêmio seguido, Marty não quis dar nomes para não esquecer ninguém, mas não deixou passar um agradecimento especial:
– É um momento em que só tenho uma palavra a dizer: obrigado, Colibri Matrero – afirmou.
A disputa foi acirrada entre as fêmeas, com alternância de posições ao longo das provas. A campeã do Freio de Ouro foi conduzida por Daniel Teixeira. A égua da Fazenda Paraíso, de Balsa Nova (PR), revelou-se com o bronze nas provas do Bocal de Ouro e se destacou na grande final, sendo elogiada pela regularidade. Na última corrida, em que os animais disputam em duplas, Teixeira era o ginete da primeira (Belle Mandela) e da segunda (RZ Mandela II da Carapuça), colocadas parcialmente na disputa. Para a prova, escolheu o ginete e amigo Lindor Colares para assumir a montaria justamente da égua que sairia com o Freio de Ouro.
– Só tenho a agradecer – afirmou o ginete tetracampeão, às lágrimas.
Com público reduzido e fora da programação da Expointer – o remanejo do calendário de provas empurrou a final para depois da feira -, a cerimônia de abertura, mais singela, lembrou as dificuldades para a realização do ciclo e contou com minuto de silêncio em memória das vítimas de covid-19.
– Conseguimos chegar ao final de um clico de ano extremamente complicado, um ano de vários cancelamentos, conquistando hoje a final do Freio com a volta do nosso público, com a volta dos amantes do cavalo e com grande nível técnico entre machos e fêmeas - pontuou o vice-presidente técnico da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC), José Laitano.
O presidente da ABCCC, Onécio Prado Júnior, destacou o trabalho em equipe para a realização do Freio e a compreensão de todos os envolvidos no ciclo, ginetes, colaboradores e associados.
Ao todo, 16 machos e 16 fêmeas disputaram a final. A primeira prova, de mangueira, teve início por volta das 13h. Depois, tiveram sequência as provas de Bayard/Sarmento e Campo, que revelaram os grandes campeões na pista do cavalo crioulo.
Confira a classificação
Fêmeas
- Freio de Ouro: Belle Mandala, Fazenda Paraíso, de Balsa Nova (PR), ginete Daniel Teixeira. Média: 20,634.
- Freio de Prata: RZ Madeja II da Carapuça, Cabanha Treze Tílias, de Sertão Santana (RS), ginete Daniel Teixeira. Média: 20,559
- Freio de Bronze: La Castellana Kaila, Cabanha La Castellana, de Santiago (RS), ginete Fábio Texeira da Silveira. Média: 20,064
Machos
- Freio de Ouro: Colibri Matrero, Cabaña La Pacifica do Uruguai, ginete Gabriel Viola Marty. Média: 21,841
- Freio de Prata: Santa Alice Postero, Estância Santa Alice e Cabanha El Casillero, de Rosário do Sul e Passo Fundo, ginete Fernando Andrighetti. Média: 20,121
- Freio de Bronze: Monarca da Dom Manoel, Cabanha Dom Manoel e Estância Liberdade, de Gravataí e Rolante, ginete Jardel Pereira. Média: 20,095