Como já era de se esperar, a forte estiagem que abateu a produção gaúcha de grãos nesse verão modificou também a configuração do tabuleiro nacional entre os principais Estados produtores. Levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) divulgado neste mês mostra que o Rio Grande do Sul perdeu posição no ranking nacional, caindo da segunda para a quarta posição. O Estado, que colheu 20,7 milhões de toneladas na safra 2020/2021, produziu apenas 9,1 milhões de toneladas nesta. Uma queda vai além da metade e chega a 56%.
Para Alencar Rugeri, diretor técnico da Emater do Rio Grande do Sul, entidade que projeta uma queda um pouco menor, de 9,5 milhões de toneladas, a mudança no ranking já era esperada:
— Era previsível essa virada no jogo de xadrez, causada unicamente pela estiagem. É um novo arranjo momentâneo em função do clima. O Rio Grande do Sul tem total capacidade de recuperar essa posição, considerando que tem a segunda maior área plantada com o grão do país (de acordo com a Conab, o Estado tem 6,4 milhões de hectares contra 10,9 milhões do Mato Grosso).
Diante desse cenário, quem assume a vice-liderança agora é Goiás, com 16 milhões de toneladas do grão colhidas. Volume que representa um crescimento de 10% em relação ao ciclo passado, quando havia alcançado a marca das 14,5 milhões de toneladas.
Em primeiro lugar permanece o Mato Grosso. Beneficiado pelo clima, esse Estado viveu um aumento expressivo de produção, fora da curva se comparado com o restante do país. De 36,5 milhões de toneladas saltou para 40,7 milhões de toneladas.
Também manteve a posição, o terceiro lugar, o Paraná, mesmo perdendo 39% da sua produção nesta safra, em função da falta de chuva. De 19,8 milhões de toneladas foi para 12,2 milhões de toneladas.
A outra alteração no ranking do top 10 está no centro-norte do país. Enquanto o Maranhão subiu do décimo para o nono lugar, com quase 4 milhões de toneladas de soja produzida (ante 3,3 milhões na safra passada), o Tocantins caiu uma para baixo, para o décimo, com 3,8 milhões de toneladas (ante 3,5 milhões).
Quem está no top 10 no ranking da soja 2021/2022
1º Mato Grosso, com 40,7 milhões de toneladas (ante 36,5 milhões de toneladas no ciclo passado)
2º Goiás, com 16 milhões de toneladas (ante 14,6 milhões de toneladas)
3º Paraná, com 12,3 milhões de toneladas (ante 19,9 milhões de toneladas)
4º Rio Grande do Sul, com 9,1 milhões de toneladas (ante 20,8 milhões de toneladas)
5º Mato Grosso do Sul, com 8,8 milhões de toneladas (ante 12,2 milhões de toneladas)
6º Minas Gerais, com 7,6 milhões de toneladas (ante 7 milhões de toneladas)
7º Bahia, com 6,9 milhões de toneladas (ante 6,8 milhões de toneladas)
8º São Paulo, com 4,8 milhões de toneladas (ante 4,3 milhões de toneladas)
9º Maranhão, com 4 milhões de toneladas (ante 3,3 milhões de toneladas)
10º Tocantins, com 3,9 milhões de toneladas (ante 3,5 milhões de toneladas)
*Colaborou Carolina Pastl