Diante da preocupação (e da especulação) sobre o abastecimento do mercado brasileiro de fertilizantes, a Associação Nacional para Difusão de Adubos (Anda), divulgou nesta quinta-feira (03) uma nota em nome das empresas associadas, que incluem as gigantes do segmento. No documento, reforça, em relação ao conflito Rússia-Ucrânia, que "é prematuro avaliar em profundidade os possíveis impactos ao agronegócio brasileiro".
A entidade acrescenta que, segundo agentes de mercado, o Brasil tem, neste momento, estoque do insumo para os próximos três meses. E que o volume atual está acima da média dos anos anteriores.
Sobre as compras externas, pontua que cerca de 9 milhões de toneladas, ou 25% dos fertilizantes importados pelo Brasil, têm origem em países do Leste Europeu. Outros pontos de atenção monitorados e destacados são a questão específica da Belarus, cujo fornecimento já vinha sendo impactado por sanções econômicas, a logística e as restrições bancárias.
A associação destaca ainda a questão dos fertilizantes nitrogenados, em especial nitrato de amônio, em razão do elevado volume importado da Rússia. "Com relação aos fosfatados, a dependência do Leste Europeu é menor, o que atenua os impactos de abastecimento para a safra atual", completa.
Por fim, reafirma "acreditar na diplomacia brasileira e segue seu compromisso em buscar atender à demanda nacional, como acontece até o momento, e continua promovendo diálogos sobre o cenário geopolítico com seus associados, setor agrícola, indústria, sociedade civil e o governo".
Em entrevista à rede CNN nesta quarta-feira (02), a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, declarou que o Brasil teria um estoque de passagem capaz de chegar até a próxima safra, que inicia em outubro deste ano.
— Nós temos outros fornecedores, apesar da forte dependência nacional dos produtos nitrogênio, fósforo e potássio — explicou.
Ela mencionou que no dia 12 embarca para o Canadá para negociar a compra do insumo. Recentemente, havia prospectado negócios no Irã e mesmo na Rússia em razão das sanções econômicas que os Estados Unidos e a União Europeia sinalizaram fazer a Belarus, um dos fornecedores de potássio do Brasil. A ministra Tereza Cristina falou ainda sobre o Plano Nacional de Fertilizantes, sinalizando que já está pronto e que será lançado até o dia 17 deste mês.
Confira a nota da Anda na íntegra: