A ministra da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Tereza Cristina afirmou, em entrevista coletiva nesta quarta-feira (2), que o estoque de fertilizantes para o agronegócio brasileiro está garantido até outubro. Ela também ressaltou que não há problemas com a safra neste momento, no entanto, a safra de verão, no final de setembro e outubro, gera preocupação. A ministra lembrou que a safrinha de milho já está em produção.
— Então, o que precisava de fertilizante já chegou, já está com o produtor rural. Neste momento, não temos problema. A safra de verão é uma preocupação — disse.
Tereza Cristina acrescentou, entretanto, que o setor privado confirmou a existência de estoque de passagem de fertilizantes suficiente até outubro.
O alerta sobre o mercado internacional de fertilizantes vem desde fevereiro quando começaram as sanções econômicas em Belarus. As exportações do produto estão suspensas para o Brasil por causa do fechamento dos portos da Lituânia para o escoamento de fertilizantes e agora devido ao apoio à Rússia na guerra contra a Ucrânia, o país do Leste Europeu sofreu novas sanções.
O cenário se agravou ainda com o início da guerra. Isto porque, além da Belarus, a própria Rússia é o principal fornecedor do produto para o mercado brasileiro.
Negociação com o Canadá
Em meio à crise, a ministra da Agricultura disse que vai ao Canadá tentar negociar a demanda de fertilizantes. Segundo ela, o impacto ao consumidor depende do tempo da guerra. Sem esses produtos, a tendência é que a oferta vai fazer disparar o preço dos alimentos.
— O preço do trigo subiu lá nas alturas porque a Ucrânia é um grande produtor e isso influencia o mercado global. A gente acha que terá uma alta, sim. Quanto? A soja já subiu, já caiu um pouco. O milho já subiu, já caiu um pouco. A gente tem que acompanhar e diminuir os impactos — afirmou.
Atualmente, o Brasil é o quarto consumidor global de fertilizantes, 80% de todo o produto usado na produção agrícola nacional vêm de fora do país.
As sanções econômicas dos Estados Unidos e da União Europeia à Rússia e a Belarus atingem a produção de potássio, e a maioria dos fertilizantes é feita a partir do potássio. A Rússia é responsável por fornecer cerca de 25% dos fertilizantes para o Brasil.