A combinação de volume ampliado de produção e preços valorizados fez de 2021 um ano singular no desempenho financeiro das cooperativas agropecuárias do Rio Grande do Sul. O segmento faturou, até novembro, R$ 28,9 bilhões, o que representa crescimento de 49,2% sobre igual período do ano passado, segundo a Fecoagro-RS. E o desempenho positivo, turbinado pela safra, não para por aí. A relação das que tiveram receita bilionária cresceu, chegando a 18 entre 32 associadas.
Presidente da entidade, Paulo Pires credita esse avanço à própria evolução do setor ao longo dos últimos anos. Houve expansão das safras, graças à maior produtividade, e diversificação das atividades e serviços, trazendo também avanço do impacto econômico positivo sobre as comunidades onde estão inseridas. O dirigente lembra que, quando chegou à Fecoagro, em 2014, apenas uma tinha faturamento na casa do bilhão. Outro ponto considerado importante para essa ampliação ao longo dos anos é a sequência de safras sem perdas significativas na soja depois de 2012, com a estiagem provocando danos maiores no ciclo 2019/2020.
— Com a safra de soja em 2021, e os preços também subindo, a coisa explodiu. Por isso esse aumento extraordinário de faturamento — avalia Pires.
Puxando a frente na relação está a Cotrijal, cooperativa com sede em Não-Me-Toque, no Norte. E que se prepara para incorporar o resultado igualmente expressivo da Coagrisol, com sede em Soledade. No dia 23 deste mês, ambas realizam assembleias-gerais com associados para tratar do tema. Com as forças efetivamente somadas, têm receita (podem chegar a R$ 5,7 bilhões neste ano) para estar entre as 10 maiores no segmento agro do país.