Levantamento feito pela Rede Técnica de Cooperativas (RTC) do Estado com 20 das 31 associadas reforça o cenário de prejuízo projetado para as lavouras de milho plantadas logo no início do calendário, em razão da falta de chuva. E que se intensificam, mas não exclusivas de áreas sem irrigação. A pesquisa apontou que, no sequeiro, as perdas médias na produtividade são de 29,4%, mas podem ultrapassar até 80%.
Nas plantações irrigadas , a redução em relação ao esperado no início do ciclo fique em torno de 4% na média, mas alcança até 20% em algumas regiões. Entre as mais afetadas estão Centro, Noroeste e Planalto.
– Esse prejuízo é irreversível, porque a cultura do milho foi afetada no momento mais crucial para o seu desenvolvimento, que é o período reprodutivo, quando há a polinização e a formação dos grãos — explica o gerente de pesquisa da CCGL e coordenador da RTC, Geomar Corassa.
Esse cenário traz, além de afetar diretamente quem cultiva, traz impacto para outras atividades. É o caso da pecuária de leite: o milho grão ou silagem são importantes ingredientes da alimentação das vacas. Para produzir, elas precisam estar bem nutridas. Da mesma forma, a indústria de aves e suínos usa o grão na ração dos animais.
Outro complicador está no histórico das duas últimas safras, em que a cultura sofreu impacto na produção por conta do tempo. Situação que amplia a diferença entre oferta e demanda do Rio Grande do Sul, que mesmo em anos de produção cheia não é autossuficiente. Ou seja, precisa trazer produto de fora para atender à demanda interna.
Neste ciclo, a área maior, de 834,1 mil hectares , segundo a Emater, trazia a expectativa de mais equilíbrio à colheita do grão.
*Colaborou Carolina Pastl