Com o avanço da colheita, que alcançou nesta semana 81,55% da área total cultivada, a cautela começa a dar lugar à convicção de recorde na produtividade da safra gaúcha. Dados do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) apontam média de 8.885 quilos por hectare. É uma redução em relação ao dado anterior. Ainda assim, supera a do ano passado, até então o melhor resultado.
A região mais avançada no Estado é a Fronteira Oeste, onde se tem um percentual de 86,06% de área já colhida. E onde a produtividade média soma 9.494 quilos por hectare.
— Isso nos confirma uma excelente safra, que traz tranquilidade em relação ao abastecimento e à possibilidade de exportação de volumes expressivos, em função da variação cambial — avalia Alexandre Velho, presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do RS (Federarroz).
E, mesmo em meio à entrada da produção, as cotações têm se mantido firmes. Saíram da casa de R$ 100, alcançada em 2020, mas seguem em patamares valorizados, na casa de R$ 87, conforme Cepea/Esalq. Velho entende que esse preço se deve ainda a uma área estável — de 945,94 mil hectares —, com arrozeiros colhendo soja com boas produtividades. Para o consumidor, o quilo deve se manter na faixa de R$ 4 a R$ 5.
Nesta semana, foi concluído o primeiro embarque no terminal logístico de arroz no porto de Rio Grande. Iniciado no dia 3, foi concluído no dia 14, além da previsão inicial, de até cinco dias.
— Apesar de algumas dificuldades, ficamos satisfeitos. Vamos aprimorar — observa José Fuscaldo Júnior, um dos sócios da atual gestão.
Um dos pontos para ajuste é dos equipamentos para carregamento (shiploaders), para que operem dentro da capacidade instalada, de 200 toneladas por hora. Além disso o primeiro carregamento precisou driblar o imprevisto: o acidente no canal de acesso adiou a partida quando estava pronto.