Gisele Loeblein

Gisele Loeblein

Jornalista formada pela UFRGS, trabalha há 20 anos no Grupo RBS e, desde 2013, assina a coluna Campo e Lavoura, em Zero Hora. Faz também comentários diários na Rádio Gaúcha e na RBS TV.

Mercado 

Arroz, óleo e ovos: valorizados em 2020, como ficam neste ano 

Depois de atingir recordes no ano passado, estimativa aponta da estabilidade de preço à volatilidade 

Gisele Loeblein

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Em meio à pandemia, a alta de preços em produtos como ovos, arroz e óleo de soja se converteu em preocupação nacional. Com a colheita de grãos em andamento no Rio Grande do Sul, e a produção da proteína impactada por custos, a coluna quis saber quais as perspectivas de produção, oferta e valores neste momento para esses itens. Influenciados por variáveis que não podem ser controladas, vão da projeção de estabilidade à imprevisibilidade, mas dentro de novos patamares.

Veja abaixo como deve ficar o mercado desses produtos.

Arroz

Marcelo Casagrande / Agencia RBS
Arroz deve se manter no novo patamar de valores

Depois de alcançar recordes, o arroz deve ter preços mais estáveis, pelo menos na entrada da nova safra, que se intensifica nas próximas duas semanas. 

— É o momento de maior pressão (para baixo). Mas tendência é de estabilidade, com oscilações normais — avalia João Batista Camargo Gomes, diretor comercial do Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga). 

Não se vê, no entanto, espaço para que se desçam o degrau alcançado em 2020, “até porque a questão do custo nem permite mais isso”, reforça o dirigente.

Com área plantada levemente superior, o arroz deve ter uma produção normal, dando tranquilidade ao abastecimento.

A saca que chegou a históricos R$ 105,38 de média em outubro, segundo dados do Cepea/Senar-RS, tem ficado neste mês na casa de R$ 85, nível em torno do qual deve se acomodar. A título de comparação, em março de 2020, o valor era de R$ 49,81 — com boa parte da produção negociada nessa faixa.

Ovo

Marco Favero / Agencia RBS
Na produção de ovos, custos em alta são o grande temor

Para o ovo, a mais acessível das proteínas animais, a projeção exige cautela. Em 2020, engatou uma alta de 54,6% no efeito imediato da pandemia, quando consumidores correram aos supermercados. Depois teve "sobe e desce", começando 2021 em baixa e agora voltando a se valorizar. A preocupação do setor vem da combinação de volatilidade do mercado com aumento de custos que já reduzem a produção de carne.

— O ovo é um produto que anda de mãos dadas com o frango. Tem uma margem histórica que consegue absorver de no máximo 15% — diz José Eduardo dos Santos, presidente-executivo da Associação Gaúcha de Avicultura.

Óleo de soja

Marcelo Casagrande / Agencia RBS
Safra recompõe capacidade de abastecimento da soja

No caso da soja, ingrediente da indústria de óleos vegetais, a perspectiva é de recuperação de oferta no Rio Grande do Sul, diante de uma safra "de normal a grande", observa Roges Pagnussat, presidente da Associação das Empresas Cerealistas do Estado (Acergs). A capacidade de abastecer o mercado é retomada depois do recuo na produção de 2020.

Com procura em alta dentro e fora de casa, o grão deve manter a curva de valorização. Ontem, puxado pela variação cambial, teve disparada de preços. 

— Com a demanda forte, o volume bom já exportado e o câmbio favorável, a indústria (doméstica, de processamento) acaba tendo de aumentar o patamar para conseguir reter o produto — observa Pagnussat.

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