A jornalista Bruna Oliveira colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A sequência de dias quentes e sem chuva expressiva no Estado exige que os produtores redobrem os cuidados para um perigo que ronda as lavouras. É a presença da cigarrinha do milho, inseto com potencial de danos às plantações do grão e que ganha força com a condição climática dos últimos dias.
No fim de agosto, a Secretaria da Agricultura chegou a emitir alerta fitossanitário para a ocorrência do inseto após monitoramento das lavouras. O aviso antecipado tem dado resposta e não há grandes detecções por enquanto. Segundo o chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da secretaria, Ricardo Felicetti, a presença da praga foi registrada em duas regiões até agora, em Itaqui e em Santa Rosa.
– Os produtores estão adotando as medidas de controle recomendadas. A gente acredita que com as medidas de precaução, a tendência não seja preocupante. Mas a situação permanece complicada pela falta da chuva e tempo seco, que favorecem o surgimento – diz.
A cigarrinha é o vetor do complexo do enfezamento, que pode causar perdas significativas na produção por causar anomalias e enfraquecer a planta. Por isso, a melhor forma de prevenir é o cuidado “antes”. Levantamento divulgado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) indicou que a aplicação de controle de pragas, em especial à cigarrinha, pesou 25,7% no custo do milho primeira safra em relação à safra passada.
Diante do potencial de dano, Felicetti recomenda que os produtores mantenham o olhar atento, sobretudo com a perspectiva de ocorrência de La Niña, que reduz as chuvas. Em lavouras já estabelecidas, é necessário realizar o monitoramento e as precauções recomendadas. Se for plantar mais, é preciso escolher cultivares tolerantes.
O milho já está 75% cultivado no Estado. Da área semeada, 95% encontra-se em germinação e desenvolvimento vegetativo e 5% em floração, conforme a Emater.