Diminuta no tamanho, ela tem potencial para causar grandes estragos à produção. Praga já conhecida, a cigarrinha do milho (Dalbulus maidis) acendeu o alerta no Rio Grande do Sul na última safra, pela proliferação dos casos. E motivou a criação do projeto de monitoramento da Rede Técnica de Cooperativas. Responsável pela ação, o entomologista e pesquisador da CCGL Glauber Stürmer afirma que as perdas podem chegar a 90% e, em alguns casos, até a 100%.
— Traz um um risco econômico absurdo de perdas no milho e de produtores migrarem para a soja — alerta Stürmer.
A chance de proteção é o monitoramento. São usadas armadilhas, que atraem o inseto pela cor, para verificar a densidade populacional. E, a partir disso, traçar a estratégia de manejo.
Outra parte do projeto é a avaliação da suscetibilidade de híbridos do milho à praga. Cem híbridos, coletados em seis locais serão analisados. A informação é casada com manejo e soma-se ao monitoramento, "alicerce fundamental", diz o pesquisador.
Chefe da Divisão de Defesa Sanitária Vegetal da Secretaria de Agricultura, Ricardo Felicetti relata que na safra passada foram coletadas 71 amostras para análise. Se a cigarrinha preocupa mais do que os gafanhotos argentinos, avalia:
— Como praga generalizada no Estado e devido à importância estratégica do milho, coloca-se mais importante no momento.
Prognósticos de clima trazem expectativa de redução. Ainda assim "deve ser mantida a vigilância", diz Felicetti.
Sinal amarelo
- A espécie Dalbulus maidis, conhecida como cigarrinha do milho, é um inseto sugador
- Os danos ao milho decorrem de um processo que começa com o ataque da cigarrinha à planta. Ao se alimentar, transmite duas bactérias e um vírus (o chamado complexo do enfezamento), que causam anomalias
- Ao ficar debilitada, a planta fica ainda suscetível a fungos, como os da família Fusarium
- Tempo seco e temperaturas elevadas favorecem o ciclo de desenvolvimento do inseto. O monitoramento seguirá até março do ano que vem