No centro das pressões globais para que assegure a sustentabilidade de sua produção, o agronegócio brasileiro apresenta a sua contrapartida de sugestões para serem levadas à Conferência das Partes (COP26). O evento, marcado para novembro, tenta mensurar o avanço (ou a falta de) nos compromissos firmados para a redução da emissão de gases de efeito estufa e outras ações voltadas à contenção das mudanças climáticas. Em documento entregue nesta terça-feira aos ministérios das Relações Exteriores, da Agricultura e do Meio Ambiente, a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil apresentou cinco pontos considerados cruciais para as negociações do novo acordo.
– Esse documento vem em um momento oportuno, de transição de protocolos. Traz tudo o que foi investido nos últimos 15 anos em compromissos para a redução das emissões – pontua Nelson Ananias, coordenador de Sustentabilidade da CNA.
Entre os itens destacados está o do mercado de crédito de carbono. O mecanismo pensado e desenvolvido para que se cumpram as contribuições nacionalmente determinadas (NDC, na sigla em inglês) tem um terreno considerado fértil no Brasil. Mas não decolou. Ananias observa que o avanço das negociações tranca por ausência de parâmetros que deem clareza sobre o tema:
– Tem diversas variáveis que precisam ser bem definidas em âmbito mundial para saber o tamanho da contribuição de cada país. A transparência influencia no mercado.
Razão pela qual se espera que o novo acordo traga “regras claras, definidas e de fácil aplicação”. Na prática, uma linguagem única seja o crédito gerado no Brasil ou na China.
A concretização do apoio financeiro, de US$ 100 bilhões, sinalizado por países ricos é outra questão considerada fundamental. E que funcionaria como uma forma de monitoramento, para que se possa comprovar e saber o tamanho de contribuição na redução da emissão de gases.
Completam as sugestões a adoção do plano de ação resultante das negociações de Koronívia, mecanismos focados em adaptação e produção e preservação pautadas por ciência e legalidade.
– Somos contra o desmatamento ilegal, a degradação, a queimada não autorizada. Isso pauta a atividade agropecuária brasileira e precisa ser reconhecido – acrescenta Ananias