O relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), que será publicado na segunda-feira (9), representa a "advertência mais séria já feita" sobre a influência humana no aquecimento global, afirmou neste domingo (8) o presidente da COP26, Alok Sharma.
— Será a advertência mais séria já feita sobre o fato de que o comportamento humano acelera de forma alarmante a mudança climática — declarou o ministro britânico e presidente da COP26 em uma entrevista ao jornal The Observer, edição dominical do The Guardian.
— Não podemos nos permitir esperar dois anos, cinco anos, 10 anos — completou, ao destacar que ainda temos tempo, "mas nos aproximamos perigosamente do momento em que será muito tarde".
Neste sentido, ele insistiu no caráter decisivo da conferência sobre o clima prevista para novembro em Glasgow (COP26).
— (O informe do IPCC) será um sinal de alerta para todos os que ainda não entenderam por que a próxima década deve ser absolutamente decisiva em termos de ação pelo clima — insistiu Sharma, antes de acrescentar: — Também entenderemos de maneira muito clara que a atividade humana está na origem da mudança climática a um ritmo alarmante.
Um fracasso da COP26 seria "catastrófico, não há outra palavra", afirmou o britânico, antes de recordar que "o ano passado foi o mais quente já registrado" e que "a última década foi a mais quente já registrada".
As consequências da mudança climática já são evidentes, completou, ao citar as inundações na Europa e na China ou os incêndios florestais, as temperaturas recordes observadas na América do Norte.
— A cada dia, veremos como novos recordes são batidos, de um modo ou outro, no mundo — advertiu.
O ministro, no entanto, defendeu o polêmico projeto do Reino Unido de autorizar novas explorações de reservas de gás e de petróleo, apesar de a Agência Internacional de Energia ter alertado em maio que o mundo deveria renunciar desde já a qualquer projeto de petróleo ou gás se pretende limitar o aumento das temperaturas globais a +1,5 ºC.