A estratégia de direcionar equipes para o combate e a investigação do furto de gado no Rio Grande do Sul vem se traduzindo em resultados. Dados divulgados nesta quinta-feira (10) pela Secretaria da Segurança Pública mostram que, no acumulado de janeiro maio, o número de casos de abigeato, como é classificado o crime, é o menor desde 2012, início da série histórica (veja gráfico abaixo). Também foi o maio com menor número de ocorrências.
O ponto de inflexão no gráfico se dá a partir de 2016, quando foi criada uma força-tarefa para o combate do problema. No ano seguinte, foram criadas as Delegacias Especializadas na Repressão aos Crimes Rurais e Abigeato (Decrab), com a primeira unidade em Bagé, na Campanha, inaugurada em 2018. Com Camaquã, Cruz Alta e Santiago, hoje são quatro unidades, além de dois cartórios especializados na investigação em Alegrete e Rio Grande.
— As ações das delegacias sobre os criminosos fizeram o cerco se fechar — pondera André Mendes, coordenador das Decrabs da Polícia Civil.
Operações conjuntas conseguiram desmantelar quadrilhas “sediadas” na Região Metropolitana, observa Mendes.
— Crime organizado se combate com investigação organizada. E isso é uma prova. É fundamental que continue e que as unidades estejam sempre bem aparelhadas — pontua Fábio Avancini Rodrigues, dirigente da Farsul.
Mesmo com o recuo dos registros, a desaceleração da queda já deixa as equipes em alerta e mobilizadas no planejamento de novas táticas de enfrentamento ao crime.