O ano de 2021 promete levar a produção agropecuária brasileira a um novo patamar de faturamento. Na estimativa divulgada ontem pelo Ministério da Agricultura, o valor bruto (VBP) foi estimado em R$ 1,032 trilhão, alta de 12,1% sobre 2020. Se confirmado, representará uma marca inédita, deixando para trás a casa do bilhão.
O resultado é puxado pelas lavouras, que devem somar R$ 708,3 bilhões, expansão real de 15,4%. Os cinco produtos de maior receita (soja, milho, cana de açúcar, café e algodão) responderão por mais da metade do montante total da agricultura. A pecuária também deve crescer em relação a 2020, 5,4%, chegando a um valor de R$ 323,9 bilhões.
Desempenho que vem ancorado em preços novamente valorizados – a maioria dos produtos examinados são superiores aos do ano passado, pontua a nota da Secretaria de Política Agrícola do ministério. E, por ora, suficientes para contrapor problemas climáticos – a colheita da soja, por exemplo, tem atrasado por conta da chuva em partes do Brasil.
No Rio Grande do Sul, a perspectiva é de recuperação, depois de um 2020 em que o VBP agropecuário caiu por conta da redução expressiva da safra em razão da estiagem. Os próximos dias são cruciais para que se possa confirmar uma boa colheita de soja.
No cenário atual, os gaúchos responderiam por 10,5% do faturamento trilionário da produção brasileira.
E ocupariam a quarta posição no ranking dos Estados, atrás de Mato Grosso, Paraná e São Paulo. A lista dos cinco primeiros tem ainda Minas Gerais – juntos têm fatia de 62,6% do VBP total.
No caso do desempenho gaúcho, os R$ 108,26 bilhões estimados para o Estado em 2021 representam um crescimento de 39% sobre o resultado do ano anterior. Resultado possível por recomposição de volume – só na soja podem ser acrescidas 8,6 milhões de toneladas – e preços valorizados.
A soja, aponta o levantamento do mistério, teve aumento real de 73% nesses dois últimos anos. E assim como o milho, registrou as maiores elevações da série histórica iniciada em 1989.