As geadas no final de agosto e setembro e a estiagem de outubro e novembro devem gerar impacto profundo na produção de ameixa no Rio Grande do Sul. A estimativa é de conseguir 8,5 mil toneladas — cerca de 60% abaixo das 20 mil toneladas consideradas normais para uma safra, aponta Enio Ângelo Todeschini, extensionista rural da Emater-RS na regional de Caxias do Sul.
A projeção é feita em um momento em que 70% da safra já está colhida, de acordo com o especialista. A menor oferta acaba gerando aumento no preço da fruta para o consumidor final. Segundo Todeschini, o quilo quase dobrou recentemente, ficando entre R$10 e R$15, dependendo do local de venda. Apesar disso, a qualidade não deve ser tão afetada:
— Cor, sabor e textura excelentes com calibre (tamanho) um pouco abaixo do potencial por causa da estiagem — afirma Todeschini, acrescentando que a estiagem colaborou para diminuir as doenças e pragas nas ameixas, reduzindo a necessidade de tratamentos.
A colheita, iniciada no final de outubro, se estende até janeiro conforme a variedade da ameixa. Em solo gaúcho, principalmente na Serra, onde estão 1.450 dos 1.530 hectares (95%) de cultivo no Estado, há duas variedades mais frequentes: a fortune, com a colheita se encaminhando para o fim, e a letícia, mais tardia, cujo processo de maturação está no início. As geadas afetaram, principalmente, a fase de floração desta última, motivo pelo qual haverá mais exemplares do tipo fortune no mercado.
*Colaborou Isadora Garcia