O jornalista Fernando Soares colabora com a colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A vindima ganha força no Rio Grande do Sul nos meses de janeiro e fevereiro, mas na Serra, onde a uva tem lugar de destaque na produção agrícola, a colheita já começou. É o caso de algumas variedades de uvas de mesa como vênus, niágara, pirena e isabel precoce cultivadas na região, que responde por 90% do volume total do Estado. E as primeiras amostras saídas dos parreirais são promissoras. A perspectiva é de que seja mais um ciclo para ficar na história, na sequência de 2019/2020, classificada como "a safra das safras".
Extensionista da Emater em Caxias do Sul, Enio Todeschini destaca que a fruta se desenvolve com ótima sanidade, e a brotação está acima da média, com mais cachos. O especialista lembra que a cultura se beneficiou do frio do inverno e do tempo seco entre outubro e novembro. Assim, as primeiras frutas colhidas apresentam teor acentuado de açúcar.
— Se tivermos dias quentes e noites frescas e a precipitação abaixo da média, a perspectiva é termos uma safra tão boa quanto a do ano passado — sinaliza Todeschini, que projeta uma safra cheia em volume, ao redor de 800 mil toneladas.
A partir de 1 de janeiro de 2021 e até 31 de dezembro de 2021, o preço mínimo da uva para suco e vinho a ser pago ao produtor será de R$ 1,10, conforme portaria publicada no Diário Oficial da União em novembro. A medida é válida para os Estados do Sul, Sudeste e Nordeste. Em relação à safra anterior, houve reajuste de R$ 0,02.
— Isso não cobre nem a reposição da inflação do período e nem os custos de produção — lamenta Cedenir Postal, presidente da comissão interestadual da uva.