A China retomará as compras da unidade de suínos da BRF localizada em Lajeado, no Vale do Taquari. Segundo a empresa, já nos próximos dias, as exportações para o país asiático deverão ser retomadas. Em nota, Bruno Ferla, vice-presidente Institucional, Jurídico e Compliance afirma que "após inspeção das autoridades chinesas, foi possível comprovar o comprometimento que todos nós da BRF sempre tivemos com a saúde e a segurança dos nossos colaboradores e dos nossos produtos", acrescentando que a decisão permite voltar a fazer embarques "para um mercado estratégico para a companhia, com forte demanda por suínos”.
Com 3 mil funcionários, essa planta estava desde julho com as vendas ao país asiático suspensas. O embargo temporário desse e de outros três frigoríficos localizados no Rio Grande do Sul (da Minuano, em Lajeado, e da JBS em Passo Fundo e em Três Passos) ocorreu em meio à repercussão de casos de covid-19 registrados em trabalhadores do setor. A notícia do resgate da habilitação é vista com entusiasmo pelo setor de proteína animal.
— Mostra a confiança nos procedimentos tomados pela indústria. E a China continua demandando bem — afirma Ricardo Santin, presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA).
A dois meses do encerramento do ano, o apetite chinês é tido como crucial para que o Brasil chegue à marca de inédita de 1 milhão de toneladas de carne suína exportada em 2020. No acumulado até outubro, o país havia sido destino de quase metade do volume total embarcado. Com o plantel dizimado pela peste suína africana, já iniciou o processo de recomposição, mas em razão do ciclo de produção, ainda precisará de fornecedores externos pelos próximos cinco anos — prazo estimado para retomar a quantidade que produzia em 2018, ano do início da doença.
Além da unidade de Lajeado, a BRF recebeu aval para retomar os embarques de planta localizada em Dourados, no Mato Grosso do Sul. A empresa tem 14 habilitações para exportação à China, sendo 10 de aves, três de suínos e uma de miúdos de suínos.