Dentro de casa, o grão de soja produzido na última safra brasileira fica cada vez mais raro – e mais caro. Fora dela, é a colheita futura que alimenta preços. Relatório divulgado pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, na sigla em inglês) ajudou a valorizar a cotação do bushel (medida equivalente a 27,2 quilos) na Bolsa de Chicago, com os contratos chegando aos melhores patamares desde junho de 2018. As 117,4 milhões de toneladas projetadas agora para a safra americana representam 3 milhões de toneladas a menos do que o volume estimado em agosto e refletem os efeitos de problemas climáticos.
O volume está longe de ser um resultado ruim, mas a incerteza quanto à colheita, que começa neste mês e se intensifica em outubro, é precificada pelo mercado. Além disso, a demanda por parte da China, apesar da disputa travada com os EUA, é outro fator que ajuda a valorizar o grão. Contratos para novembro fecharam na sexta-feira a US$ 9,9600 o bushel, alta de 1,89% sobre o dia anterior e de 4,32% desde o início do mês.
No Brasil, os prognósticos de La Niña, que costumam ser sinônimo de chuva escassa, também acendem o alerta. Vindo de uma safra impactada pela estiagem, o Rio Grande do Sul aposta na retomada. E deve dedicar ao grão área inédita de mais de 6 milhões de hectares.