Se em anos tradicionais a graça para o público da Expointer era bater perna pelo parque Assis Brasil, em Esteio, em ano de pandemia, a possibilidade é participar do drive-thru da agricultura familiar. Saem as imagens de sacolas sendo carregadas a tiracolo, entram as de veículos na fila para adquirir produtos. Na estreia, no sábado, 350 carros circularam pelo local, com acesso pelo portão 1.
Para conseguir ter uma estrutura que permitisse unir segurança e vendas, foi preciso fazer ajustes. O número de empreendimentos foi reduzido para 55 – em 2019, foram mais de 300.
A conversa com os produtores (devidamente protegidos pela máscara, assim como os consumidores) continua na hora de fazer a compra. Só que fica cada um no seu espaço. Os estabelecimentos tem três vagas para estacionamento. Os pedidos são feitos de dentro do carro.
– A gente se preparou, se organizou para uma boa visitação. A infraestrutura para isso existe. A metodologia é funcional – avalia Jocimar Rabaioli, assessor de política agrícola e agroindústrias da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS).
Do outro lado do balcão, o novo formato também exige adaptação. Os expositores estão instalados no parque durante os nove dias de feiras. E recebem café da manhã, almoço e janta.
– Está sendo interessante e inovador neste momento de pandemia – avalia Cristian Weber, da Weber Embutidos, agroindústria de Não-Me-Toque vencedora do prêmio de melhor salame na edição de 2019.
Com faturamento impactado em meio à pandemia, produtores e organizadores comemoram a vitrine de Esteio. Mas são realistas na hora de projetar resultados, que não podem ser comparados aos de feiras presenciais, com número de empreendimento e de público bem superiores.