As oportunidades de negócios levaram o terminal de contêineres de Rio Grande, o Tecon, até o mercado uruguaio. Ou melhor, trouxeram produtos do país vizinho para embarque no porto gaúcho. Desde o início do ano, a empresa coordena a operação para despachar cargas de carne em estruturas refrigeradas a partir das águas do Estado. Até julho, o volume movimentado somava 4.338 toneladas. Quantidade que representa média de 70 a 80 unidades por mês.
— Acredito que se estabilize entre cem e 150 contêineres por mês. Estamos bem focados, e o pessoal, satisfeito. Isso leva a um crescimento e provoca o mercado — avalia Paulo Bertinetti, diretor-presidente do Tecon Rio Grande.
A meta deverá ser alcançada no próximo ano, e a iniciativa reforça Rio Grande como um porto regional do Mercosul. O produto até agora embarcado vem da cidade de Melo, distante 280 quilômetros do terminal gaúcho, menos do que em relação ao de Montevidéu.
— Começamos a flertar com o mercado uruguaio até pela proximidade do porto de Rio Grande com o país. Depois de um amplo trabalho de pesquisa, que envolveu as áreas comercial, de inteligência de mercado e de projetos, consolidamos a operação — explica Bertinetti.
Com um rebanho de 12 milhões de bovinos e 8 milhões de ovinos, o Uruguai soma, em média, US$ 1,8 bilhão em exportações de proteína animal por ano, com a China como principal destino. O diretor-presidente do Tecon diz não ter dúvidas de haver espaço para crescer nesse nicho de mercado. Ele aposta ainda no potencial de outras cargas, como os pellets, usados na geração de energia.
As novidades se somam a outros produtos agrícolas já embarcados via Tecon, como arroz, fumo e madeira. Uma boa média de movimentação de cargas, no geral, gira em torno de 1,5 mil e 1,7 mil contêineres por mês.