O novo Plano Safra será anunciado na tarde desta quarta-feira (17), em Brasília, em cerimônia que terá a presença do presidente Jair Bolsonaro. A expectativa para as condições dos financiamentos agrícolas no próximo ciclo gira em torno do juro. Produtores de todos os tamanhos querem que o governo reduza a taxa estipulada, hoje acima da Selic — até 4,6% na agricultura familiar e 8,5% para os demais.
A sinalização dada até o momento é de que esse corte virá. A dúvida que se mantém é em relação ao tamanho da tesourada. Principalmente porque o pacote é construído a três mãos: os ministérios da Agricultura, da Economia e o Banco Central. E cada um tem uma ideia diferente de como deve ser.
Produtora que é, a titular da Agricultura, Tereza Cristina, sinalizou ainda em abril, na tão falada reunião ministerial, que o juro estava muito alto. E a equipe dela tem empenhado esforços em garantir a melhor proposta possível. Como mexer na taxa implica em maior necessidade de aporte de recursos, querer não é sinônimo de poder. Fonte ouvida pela coluna diz que o Plano Safra 2020/2021 vai surpreender.
As avaliações, claro, dependem sempre de perspectiva. O anúncio coincide com o dia em que reunião do Copom deve reduzir o juro básico a 2,25%. Por maior que tenha sido o esforço em atender à reivindicação, o corte da taxa do crédito agrícola não deve ser reduzido a esse patamar.
Outro ponto que o setor está atento é do seguro rural. Neste ano, o governo aportou R$ 1 bilhão para subvenção do seguro rural, maior cifra até então destinada a esse objetivo.
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