Apesar das dificuldades registradas principalmente na logística por conta do coronavírus, o agronegócio brasileiro fechou o primeiro trimestre do ano com leve recuo, de 0,4% em receita, com US$ 21,4 bilhões, e de 0,6% em volume embarcado, com 40,6 milhões de toneladas. Para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), o quadro é de estabilidade.
– Há problemas em razão do covid-19, principalmente de produtos elaborados, que estão tendo contratos cancelados ou renegociados, mas isso não foi captado em números. Não apareceu com força na balança comercial, o que não quer dizer que não tenha efeito na nossa economia – pondera Lígia Dutra, superintendente de Relações Internacionais da CNA.
Entre os principais produtos da pauta, as maiores variações positivas estão soja em grãos, carne bovina e de frango, que responderam por 44% das vendas. A variação cambial tem sido favorável para quem exporta – ainda que seja vista como vantagem momentânea.
Por outro lado, milho e celulose tiveram variações negativas: 51% e 31% em receita no período.
Em relação ao fluxo de embarques, a constatação da CNA é de que os países têm feito esforço para não interromper, em muitos casos até facilitando a entrada de alimentos. Principal parceiro do Brasil, a China alimentou algumas das altas do setor, como, por exemplo, nos embarques de carnes. A tendência, reforça Lígia, é de manutenção da demanda por proteína animal.
O ponto de atenção vem no cenário de longo prazo. O país asiático deve ter no ano grande desaceleração econômica, com efeitos também para o Brasil.
Principais produtos exportados
- Soja em grãos: US$ 6,19 bilhões (+9,4%)
- Carne bovina: US$ 1,62 bilhão (+29,1%)
- Carne de frango: US$ 1,55 bilhão (+7%)
Total das exportações do agro no trimestre
- Em receita: US$ 21,4 bilhões (-0,4%)
- Em volume: US$ 40,56 (-0,6%)
(Fonte: dados do Ministério da Economia, em nota da CNA)