Depois de conversa com o ministro da Economia, Paulo Guedes, a titular Agricultura, Tereza Cristina, tem novo encontro marcado para hoje. Dessa vez, a videoconferência reunirá a ministra, o presidente do BNDES, Gustavo Montezano, parlamentares gaúchos e as federações da Agricultura (Farsul), dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS), das Associações de Arrozeiros (Federarroz-RS) e das Cooperativas Agropecuárias (Fecoagro-RS). Em pauta, o mesmo tema: perdas na safra de verão do Rio Grande do Sul e medidas que podem ajudar a minimizar esses impactos.
O Estado, por meio de documento entregue no mês passado para Tereza Cristina, já havia sinalizado oito ações para combater problemas trazidos pela estiagem. De lá para cá, técnicos vêm trabalhando para determinar a viabilidade dessas sugestões. No mundo ideal, o desejado seria sair da reunião de hoje com alguma proposta em mãos. Pelo menos para pontos mais urgentes. No real, pode ser que isso não venha a acontecer. O que a ministra tem dito às entidades é que a situação do Rio Grande do Sul terá prioridade.
– Tenho expectativa de que será colocado o que pensamos, como pensamos e como gostaríamos. Ter resultado? Não penso assim. Se vier, será maravilhoso, ótimo, mas não acredito – observa Gedeão Pereira, presidente da Farsul.
Carlos Joel da Silva, presidente da Fetag-RS, entende que a renegociação de financiamentos, que começam a vencer, e a bolsa-estiagem estão entre as necessidades mais urgentes. A entidade publicou nota no domingo criticando a falta de ações do governo federal. Na segunda-feira, o dirigente recebeu ligação da ministra e ficou mais confiante:
– Acredito que teremos boas notícias em breve.
Com passivos não resolvidos da safra passada e novos acumulados nesta, produtores de arroz também esperam resposta do governo em relação aos pedidos de todo o setor, reforça Alexandre Velho, presidente da Federarroz.
– A quebra na safra é irreversível, o produtor não terá como cumprir compromissos. Então, é urgente que o governo defina linha de crédito para cooperativas propiciarem aos agricultores fora do sistema financeiro a mesma condição que bancos oferecem – completa Paulo Pires, presidente da Fecoagro.