A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, deve se encontrar nesta terça-feira (31) com o titular da Economia, Paulo Guedes, para tratar de um tema específico: prejuízos causados pela estiagem no Rio Grande do Sul. Essa foi a sinalização dada por ela diante da preocupação manifestada por entidades que representam produtores gaúchos. Eles querem ter certeza de que o ministro tem a dimensão exata da crise trazida pela falta de chuva no Estado.
É que uma frase dita por Guedes acendeu sinal de alerta. Ao avaliar o cenário atual, ressaltou que o agronegócio vai bem, com novo recorde de produção à vista. Embora esse resultado esteja no horizonte nacional – projeções apontam para colheita de grãos histórica –, ele exclui a situação particular vivida pelos gaúchos.
Terceiro maior produtor nacional, o Estado encontra-se na contramão do país, com perdas que devem chegar a 50% nas lavouras de soja, que representam a maior área cultivada no verão no RS.
– Só não está olhando para o Estado. Ele mostrou que ou não está interessado ou desconhece a nossa realidade – pondera Carlos Joel da Silva, presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura (Fetag-RS).
No domingo, como publicou a coluna, a entidade emitiu nota criticando falta de ações e ausência de respostas às solicitações feitas para tentar minimizar os impactos da estiagem. Em fevereiro, documento assinado por várias entidades foi entregue para Tereza Cristina.
Presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul), Gedeão Pereira conversou por telefone, na segunda-feira, com a ministra. Diz ter recebido a garantia de prioridade ao Rio Grande do Sul, justamente por ela saber que o quadro é grave:
– Desde o início de janeiro vem conversando conosco. Estou confiante na solução.
Desde a entrega das solicitações, série de reuniões vem sendo feita com técnicos de diferentes ministérios, da secretaria estadual e de entidades gaúchas. Para uma das ações consideradas mais urgentes, a renegociação dos financiamentos, o BNDES deu sinalização positiva (leia mais abaixo). Para se tornarem reais, dependem de decisão do Conselho Monetário Nacional.
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