Ação de rotina, a atuação do serviço de vigilância agropecuária internacional se tornou essencial para manter o fluxo de chegada e partida de mercadorias em fronteiras terrestres, aeroportos e portos do país na pandemia do coronavírus. No porto de Rio Grande, servidores redobram os cuidados habituais com uso de máscaras, óculos de proteção e luvas. Também há álcool gel à disposição. A equipe conta com 10 auditores fiscais federais agropecuários (oito agrônomos e dois médicos veterinários) e quatro agentes. No momento, o desafio maior é administrar o embarque de cerca de 20 mil animais (gado em pé), com destino à Jordânia, no Oriente Médio.
— É uma operação de guerra. Tem auditorias das propriedades, quarentena dos animais , inspeção no porto, verificação dos documentos, despachante, exportador — enumera Soraya Elias Marredo, auditora fiscal federal agropecuária, responsável pelo trânsito internacional de bovinos.
Médica veterinária, chefe substituta da unidade de vigilância agropecuária no porto de Rio Grande, Caroline Menezes vem trabalhando para garantir o embarque, que deve ocorrer entre quinta (26) e sexta-feira (27). Ela explica que, além do protocolo sanitário exigido pelo país de destino, são observados outros aspectos, principalmente a questão do bem-estar animal. Os bovinos a serem exportados têm todos identificação com brinco eletrônico. Nessa carga, são dois exportadores envolvidos. E os planteis cumprem quarentena (sete dias de observação neste caso) em locais distintos. A embarcação também é inspecionada antes da chegada dos exemplares. Depois, há alguns pontos centrais a serem fiscalizados.
— Com bastão eletrônico, verificamos se os animais cumpriram os protocolos, observamos a lotação dos caminhões, se há qualquer bovino com doença e documentos de guia de trânsito — explica Caroline.
O chefe da unidade de vigilância agropecuária do porto gaúcho, Ricardo Leite, reforça que a fiscalização foi considerada atividade essencial. Diariamente, são recebidas orientações. Há algumas atividades que vêm sendo desempenhadas por teletrabalho. Mas, em outras, há necessidade da presença física.
— Há itens em que a verificação física não pode faltar. Hoje mesmo (quinta-feira), fiscalizamos carga de trigo que veio da Argentina. A certificação também ainda é presencial, é um sistema que depende de acordos internacionais — completa Leite.