O retorno da chuva ao Rio Grande do Sul alimenta a expectativa de produtores de soja de conseguir colher uma boa safra. Com 83% da área total cultivada nas fases de floração e enchimento de grão, a umidade não pode faltar. Os prognósticos, contudo, não são muito animadores. Apesar da previsão de temporais, o volume das precipitações preocupa, podendo ser insuficiente para repor a umidade do solo, aponta o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga).
— É uma etapa decisiva. As perdas até o momento foram nas lavouras semeadas mais cedo, que não representam grande percentual. Há grande potencial de recuperação das que foram plantadas depois. No geral, tenho esperança que a situação melhore com a normalização da chuva — afirma Décio Teixeira, presidente da Associação dos Produtores de Soja do RS (Aprosoja-RS).
Há regiões em que o desenvolvimento da planta tem sido dentro do esperado, mas, em outras, as condições climáticas acendem o sinal de alerta.
— A situação está bem tensa neste momento. Tem que chover. O resultado da safra ainda está em aberto em razão das lavouras de soja — reforça o diretor-técnico da Emater, Alencar Rugeri.
No início do ciclo, a instituição projetava safra recorde de grãos de verão no Estado, com 33,27 milhões de toneladas. Em razão das perdas no milho, estimadas em 20,86% e de impacto na soja (ainda que em percentual menor, de 9,2%), o Estado não deverá atingir essa marca. Dados consolidados da safra serão divulgados no dia 3 de março durante a Expodireto-Cotrijal, em Não-Me-Toque.