A chuva que veio no final de semana hidratou, em quantidades variadas, as esperanças de produtores de que nem tudo estará perdido na safra de grãos de verão do Rio Grande do Sul. A exemplo da estiagem, que atinge os municípios de maneira desigual, as precipitações ocorreram sem uniformidade.
No Noroeste, há registros entre 30 e 50 milímetros. Em algumas localidades do Norte, a quantidade foi maior, chegando a cem milímetros. Os estragos consolidados não são desfeitos pela umidade. Mas as precipitações evitam a ampliação de efeitos negativos e, a partir de agora, serão mais necessárias do que nunca.
— A chuva foi muito boa. Estancou o problema. Se ficasse mais uma semana sem, as coisas seriam bem piores — afirma Luis Fernando Fucks, presidente da Associação dos Produtores de Soja do Estado (Aprosoja).
A cultura é o carro-chefe da produção de verão e entra agora em uma etapa crucial para o seu desenvolvimento, em que a chuva não pode faltar, sob pena de arruinar por completo a colheita. Segundo a Emater, na última semana, a maior parte das lavouras (75%) estava no período de desenvolvimento vegetativo. Outros 25% estavam em floração ou enchimento de grão. É nesse momento que se define o potencial produtivo da soja.
— Se fevereiro for seco, impacta muito — reforça Fucks.
Não que estragos não tenham sido verificados até agora. A perda em relação ao que se estimava no início do ciclo existe. A Aprosoja avalia que ainda seja possível colher média de 40 sacas de soja por hectare, menos do que a habitual, acima de 50 sacas.
Mas melhor do que o verificado em 2012, quando o Rio Grande do Sul registrou a última estiagem severa, que encolheu a produção do grão para 5,94 milhões de toneladas, menos de um terço do colhido no ano passado, segundo dados da Emater.
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