A jornalista Karen Viscardi é colaboradora da colunista Gisele Loeblein, titular deste espaço.
A busca por sistemas de irrigação cresceu cerca de 20% desde o final do ano passado no Estado, quando os agricultores começaram a colher prejuízos no campo. A estimativa extraoficial é da Associação Brasileira da Indústria de Máquinas e Equipamentos (Abimaq).
— É muito comum, em ano de seca, o produtor lembrar da importância da irrigação, o que aumenta a procura consideravelmente — diz Renato Silva, presidente da Câmara Setorial de Irrigação da Abimaq.
Sem problemas com o tempo nas últimas safras, o agricultor desacelerou a busca pela tecnologia, explica Ivan Bonetti, diretor de Políticas Agrícolas e Desenvolvimento Rural da Secretaria da Agricultura:
— Nos últimos anos, não tivemos estiagem e o produtor esqueceu da irrigação.
Para se ter uma ideia, em 2019, o programa estadual Mais Água Mais Renda teve apenas 165 projetos inscritos. Na safra 2012/2013, época da maior seca dos últimos anos, chegou a 844. Para 2019, a tendência é de retorno da demanda.
Somente 26,4 mil das 365 mil propriedades rurais do Estado têm irrigação, o equivalente a 7%, segundo a pasta da Agricultura. Em área, 1,35 milhão de hectares dos 21,7 milhões de hectares contam com algum tipo de sistema, ou seja, 6%. Depois de as vendas crescerem 5% no país em 2019, a estimativa para este ano é chegar a 10%.
No RS, a perspectiva é superar esse índice. Além do estímulo do tempo, no Estado a questão ambiental deve facilitar a adesão à tecnologia, a partir do novo Código Ambiental, sancionado em janeiro pelo governador.