Além de questões conjunturais, há outro fator importante no horizonte da atividade pecuária do Rio Grande do Sul em 2020. É a decisão sobre manter ou alterar o status sanitário em relação à febre aftosa. Hoje, o Estado é livre da doença com vacinação.
No próximo ano, terá de optar se deixa ou se segue imunizando o rebanho de bovinos e bubalinos. O debate não é novo, mas a definição ganhou prazo por dois motivos. O primeiro foi a decisão tomada neste ano pelos paranaenses de não mais vacinar os animais, buscando a condição de livre da aftosa sem vacinação. Eles poderão se juntar a Santa Catarina, único Estado brasileiro com a posição. Isso cria pressão para que os gaúchos acompanhem o movimento.
Outra razão é o relatório da auditoria realizada pelo Ministério da Agricultura, que dirá se o RS tem condições técnicas para buscar a evolução do status sanitário. O documento é esperado para qualquer momento. Se der o sinal verde, deixa a definição a cargo do governo estadual.
O secretário da Agricultura, Covatti Filho, diz que, com o relatório em mãos, a ideia é promover série de reuniões para apresentar os resultados da auditoria e sanar eventuais dúvidas dos produtores. Ele estima que o martelo deva ser batido até o fim de fevereiro. Para que haja tempo hábil de fazer a solicitação à Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), ainda em maio.
Há dois pontos considerados prioritários caso a decisão seja por tentar a evolução do status sanitário. Um é a contratação de mais funcionários para a pasta: entre 120 e 150 pessoas. As inspetorias veterinárias também deverão ser reorganizadas.
Há ainda a necessidade de incremento da estrutura – compra de equipamentos, veículos e reformas que já estão sendo feitas com auxílio do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa). E o Ministério da Agricultura disponibilizou R$ 3 milhões justamente para reforçar o sistema de defesa do RS. Pesados todos os argumentos, o Estado terá de escolher em que lado ficará.
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