Parceiros consolidados do agronegócio brasileiro, países árabes estão no foco de missão organizada pelo Ministério da Agricultura. O giro comandado pela titular da pasta, Tereza Cristina, começou nessa quarta-feira (11) e se estende até o dia 23, passando por quatro países: Egito, Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos.
Números confirmam a relevância desse mercado. No ano passado, os embarques para 22 países integrantes da Organização para a Cooperação Islâmica somaram US$ 16,13 bilhões, quantia que representa 19% do total das vendas externas do agronegócio brasileiro. A fatia supera, por exemplo, a da União Europeia.
Para alguns segmentos, o peso é ainda maior. A Arábia Saudita sempre ocupou a posição de maior importador do frango produzido no Brasil — e só foi desbancada pela China, neste ano, pela ampliação das compras em razão da crise com o surto de peste suína africana.
— Nesses mercados, o Brasil é parceiro de primeira hora. Por força deles, nos tornamos o maior produtor halal do mundo — reforça Ricardo Santin, vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal, que fará parte da missão.
Então, a primeira meta é fortalecer — ainda mais — a relação com esses importantes compradores. Mas Tereza Cristina também vislumbra novas conquistas.
— O Brasil tem condições de ampliar o fornecimento de diversos produtos agrícolas já importados pela Liga Árabe, mas que ainda têm representação ínfima na pauta de exportação brasileira para seus países. É o caso de algodão, cacau e frutas secas ou frescas, como goiaba, manga e limão — disse a ministra em evento na Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, em São Paulo, no mês passado.
No início do ano, a possibilidade de transferência da embaixada brasileira para Israel acendeu sinal de alerta. Havia temor de impacto às exportações, em razão do desconforto dos países árabes com o assunto. Mas a opção pelo escritório comercial e a atuação da ministra afastaram as preocupações.