Análise dos dados referentes aos delitos registrados no meio rural fez com que o Estado decidisse retomar a estratégia de força-tarefa. Segundo a delegada Nadine Anflor, chefe da Polícia Civil, as informações mapeadas mostram que o crime circula e as forças de segurança devem acompanhar essa movimentação:
— Não adianta ficar parado em um só local. A decisão é a de retomada da força-tarefa, sem fechar delegacias especializadas.
As unidades focadas no combate aos crimes rurais foram criadas por decreto no ano de 2017. Previam cinco sedes. Dessas, três já estão em funcionamento (Cruz Alta, Bagé e Santiago). Uma quarta, em Camaquã, abrirá as portas no dia 11 do próximo mês. A quinta seria em Rosário da Sul, por enquanto, não tem data prevista para entrar em funcionamento.
Outra medida será estruturar cartórios especializados em crimes rurais dentro de delegacias comuns. O primeiro será implementado em Montenegro, no Vale do Caí, no dia 30 deste mês. Com isso, segundo a chefe da polícia, haverá foco de investigação em problemas específicos do campo.
Para viabilizar a ação policial, são estudadas parcerias com a iniciativa privada — para manutenção de viaturas e gastos com combustíveis. O assunto foi tema de reunião nessa segunda-feira (12). Uma das ideias é a de que recursos de leilões na Expointer, por exemplo, possam ser revertidos para a força-tarefa.
— Exatamente em razão dos resultados positivos, precisamos valorizar e dar mais condições — observa o deputado Sérgio Turra (PP), presidente da Frente Parlamentar de Combate aos Crimes Agropecuários, que colocou à disposição cobertura do cavalo Balaqueiro do Nonoai, campeão do Freio de Ouro 2012.
Presidente da Federação Brasileira das Associações de Criadores de Animais de Raça , Leonardo Lamachia acrescenta que outros projetos buscam ampliar a segurança no campo.
O modelo de força-tarefa foi estabelecido no final de 2016 e teve papel importante na redução das ocorrências de abigeato (furto de gado). No ano passado, os casos caíram 23% em relação a 2017.