A julgar pelo movimento nos estandes da área de máquinas, a 42ª Expointer deve mesmo terminar com negócios em alta, como vêm projetando organizadores e Sindicato das Indústrias de Máquinas e Implementos Agrícolas do RS (Simers). Otimismo compartilhado por fabricantes, a partir de sinais vindos do parque Assis Brasil, em Esteio, e do mercado. A melhora do preço da soja em reais, nas últimas semanas, decorrente da variação cambial e dos prêmios de exportação pagos pelo produto brasileiro, é um deles. Esse fator é visto pelos executivos do setor como estímulo extra às negociações durante a feira. Outro consenso é que o ápice das vendas na exposição costuma ser de terça a quinta-feira, o que faz desse dia 29 uma espécie de "dia D".
Diretor comercial da Massey Ferguson, Eduardo Nunes diz que, até o momento, há procura acima da expectativa por plantadeiras e tratores de médio e grande porte. A marca — que pertence à AGCO, ao lado da Valtra — chegou com estimativa de crescer entre 10% e 12% em relação ao ano passado.
— O produtor faz investimentos para ter produtividade, a gente vê que há planejamento para a aquisição. Saímos do mercado expansionista para o de renovação de frota — pontua o dirigente sobre o atual momento da indústria de máquinas.
A John Deere também percebe cenário de crescimento se considerado volume de faturamento durante a exposição. Rodrigo Bonato, diretor de vendas no Brasil, pontua que o agricultor deixou de procurar apenas o "ferro" (a máquina em si), buscando pacote tecnológico e pós-venda.
— Essa feira é importante porque é a primeira após a divulgação do Plano Safra vigente. Por isso, a Expointer é balizador — reforçou o dirigente.
Com fatia de 50% do total de financiamentos das marcas Case IH e New Holland, o banco CNH, das próprias montadoras, vislumbra a possibilidade de encerrar a Expointer com avanço de 10%, acima dos 5% projetados para o ano. Além da necessidade de ampliar produtividade e da busca por novas tecnologias, que ajudem a alcançar esse objetivo, Márcio Contreras, responsável pelas áreas comercial, de marketing e seguros, aponta outra razão para apostar em avanço nos negócios:
— O governo tem dados sinais de que nos próximos anos pode diminuir subsídio para investimentos. Apesar do bom desempenho projetado para a feira, o segmento acumula recuo de 3,4% nas vendas de janeiro a julho — lembrando que, no primeiro semestre, faltaram recursos para as linhas do Moderfrota e Pronaf.