Todo o cuidado para manter o rebanho brasileiro livre da peste suína africana é pouco. A doença, cujo surto registrado na China vem causando impacto no mercado global de proteína animal, está distante dos criatórios do Brasil. E assim deve ficar, para que o país tenha oportunidade nas vendas destinadas aos chineses.
— Este é o ano mais desafiador do setor no Brasil, em razão da necessidade de manter o status sanitário do rebanho suíno — ponderou Rogério Kerber, presidente do Fundo de Desenvolvimento e Defesa Sanitária Animal (Fundesa), no Seminário Técnico Tendências na Cadeia Produtiva de Suínos, realizado na Suinofest, em Encantado.
Presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra foi no mesmo tom. Reforçou que é preciso preservar credibilidade e condição sanitária para ganhar o mercado chinês. O dirigente disse ainda que há informação de que os chineses já eliminaram mais de 25% do plantel suíno em razão da doença.
Relatório mais recente da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO, na sigla em inglês), aponta abate de 1,13 milhão de animais. Com um plantel que soma cerca de 440 milhões de cabeças, é provável que o dado da ONU esteja subestimado — o próximo relatório deve sair na sexta-feira.
Projeção feita pelo Rabobank fala na perda de 120 milhões a 170 milhões de suínos em 2019.