Com o encolhimento da área de arroz no Estado, foram enxugadas também vagas de trabalho na atividade. Em 10 anos, foram 123 mil hectares e 2,46 mil postos de trabalho a menos, aponta levantamento da Federação da Agricultura do RS (Farsul). O dado foi apresentado em reunião realizada ontem, na Famurs, na Capital, com objetivo de buscar soluções para problemas da produção arrozeira, nos âmbitos econômico e social.
A cultura é base de pelo menos 140 municípios do Estado. Parte da redução tem relação com o avanço da soja – cuja rentabilidade e liquidez superiores são atrativos para os produtores —, em especial na Metade Sul. A título de comparação, enquanto o arroz garante trabalho de um funcionário a cada 50 hectares, na soja, é um a cada 200.
— Só se emprega e gera trabalho se produzir riqueza, e o arroz tem dado prejuízo ao produtor — diz Antônio da Luz, economista-chefe do Sistema Farsul.
O caso de Dom Pedrito, na Campanha, é citado como emblemático pelo vice-presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Rio Grande do Sul (Federarroz), Alexandre Velho. Ele diz que, quando o produtor não tem silo próprio — a maioria na região — e depende de terceiros ou da indústria, perde o poder de barganha e de escolher para quem vai vender.
Um ponto defendido como fundamental pelas entidades na solução da crise no arroz é a redução temporária do ICMS na venda interestadual do produto em casca — pedido para o qual ainda não há definição do Piratini.
Colaborou Leticia Szczesny