A liberação de R$ 500 milhões pelo Banco do Brasil para a estocagem de arroz foi o que de mais concreto se teve em termos de anúncio na cerimônia de abertura da colheita do cereal, na sexta-feira, em Capão do Leão, no Sul do Estado. Mas há ciência de que problemas estruturais precisam ser resolvidos para melhorar as condições dos produtores no país.
Secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Eduardo Sampaio Marques, que representou a titular da pasta no evento, citou questões dentro e fora de casa que precisam ser resolvidas.
Com relação ao mercado externo, afirmou que o governo tem feito esforços para abrir novas portas para o produto brasileiro. A mais próxima, neste momento, é a do México. Internamente, lembrou da necessidade de reduzir o atrito e melhorar o diálogo na cadeia:
– Precisamos do apoio das lideranças. Negociar com o setor privado o ordenamento da entrada do arroz, para diminuir a pressão de preços no momento da colheita.
Presidente da Federação das Associações de Arrozeiros do Estado (Federarroz), Henrique Dornelles lamentou que o produtor só tenha condições de bons preços quando há quebra na safra. E aproveitou para reforçar pedido antigo: o de que haja redução de ICMS na venda interestadual de arroz em casca:
– No momento em que os Estados estão atrás de arrecadação e que alguns querem eliminar a Lei Kandir, há Estados dando incentivos justamente para o arroz importado.
Nos bastidores, a informação é de que o governo estadual cogita o corte temporário no tributo.