Anunciada de última hora, a participação do presidente Jair Bolsonaro no jantar com representantes de países árabes, em Brasília, foi uma espécie de cereja do bolo para a Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e para o Ministério da Agricultura. As duas partes vinham articulando o encontro há algum tempo. Mas foi com a visita de Bolsonaro a Jerusalém e o anúncio da criação do escritório de representação comercial que o evento ganhou destaque.
Vem sendo tratado como contraponto dos países árabes, que veem com preocupação e atenção a aproximação brasileira com Israel. Bolsonaro falava, no passado, em transferência da embaixada brasileira para Jerusalém. Veio com a solução do escritório.
Para o agronegócio, a situação era vista com preocupação, porque os árabes estão entre os grandes compradores da produção brasileira.
— A presença de Bolsonaro no jantar é muito importante. O Brasil não precisa fazer alinhamentos unilaterais em detrimento de outros grandes mercados. Nossa clientela está no mundo árabe — observa Gedeão Pereira, presidente da Federação da Agricultura do Estado (Farsul) e diretor de Relações Internacionais da CNA.
Ligia Dutra, superintendente de Relações Internacionais da CNA, reforça a relevância da presença de Bolsonaro:
— Demonstra a intenção que o governo tem de continuar o bom relacionamento com diversos países.
No total, 41 embaixadas receberam convite e 37 confirmaram presença no jantar. No cardápio, produtos brasileiros e carne halal.